A Mercur acelera duas frentes estratégicas em 2025. Na saúde, fechou acordos de distribuição exclusiva com a alemã Bort e a sueca Allard, reforçando o portfólio de órteses e o atendimento ao Canal Especializado. Na sustentabilidade, o Projeto Borracha Nativa completa 15 anos com expansão na Amazônia, pagamento acima do mercado a extrativistas e rastreabilidade total do látex usado em produtos icônicos da marca.
Parcerias na reabilitação e entrada no Canal Especializado
Com Bort e Allard, a Mercur passa a oferecer no Brasil soluções reconhecidas globalmente em reabilitação. A Bort traz órteses ortopédicas com identidade visual original, manuais em português e etiquetagem de parceria. A Allard aporta engenharia funcional em órteses de carbono para membros inferiores, como o modelo ToeOff Flow, voltado a estabilidade e eficiência de marcha para pessoas com limitações de mobilidade.
A operação mira ortopedias, oficinas ortopédicas, clínicas e centros de reabilitação, com capacitação técnica conduzida pela equipe de fisioterapeutas da Mercur. Segundo a empresa, a iniciativa nasce com importação e visão de cocriação no médio prazo, incluindo investimentos compartilhados e logística para atendimento nacional. O objetivo é qualificar o acesso a tecnologias consolidadas e ampliar o suporte ao uso, do ajuste ao acompanhamento clínico.
Cadeia justa do látex e impacto na Amazônia
Desde 2010, a Mercur estrutura uma cadeia de borracha nativa que paga até quatro vezes mais pelo látex amazônico em relação ao preço de mercado, fortalecendo a renda local e a conservação florestal. Em 2025, o projeto soma mais de 75 toneladas adquiridas e impacto em mais de dez comunidades, com expansão recente para Rondônia. O extrativismo sustentável ocorre hoje em oito territórios no Pará e em Rondônia, entre Reservas Extrativistas e Terras Indígenas, respeitando ciclos naturais de produção.
A novidade é a primeira borracha escolar feita com látex 100 por cento de árvores nativas, com QR Code que conecta consumidores às histórias dos territórios por meio da rede Origens Brasil. A rastreabilidade conta com parceiros como o Instituto Socioambiental e o Imaflora, além do processamento industrial realizado pela QR Borrachas Quirino, em São Paulo. Para um portfólio em que a borracha de apagar segue como ícone da marca, a transparência de origem se tornou peça central.
Desafios operacionais e agenda ESG
Construir uma cadeia justa traz custos e complexidade. A produtividade do extrativismo em floresta nativa é menor que a de seringais cultivados, o que exige planejamento, educação do consumidor e logística cuidadosa em áreas remotas. Mesmo assim, a empresa mantém a trajetória, combinando látex nativo com suprimento de lavouras comerciais para atender à demanda e evoluir o projeto de forma responsável.
No ambiental, a Mercur afirma ser carbono neutro desde 2015, utiliza energia solar própria, desenvolve logística reversa com cooperativas e amplia linhas com menor impacto. A cultura corporativa, redesenhada nos últimos 15 anos, apoia decisões de longo prazo em que retorno social e ambiental caminham junto ao econômico. Com sede em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, a companhia centenária reúne cerca de 700 colaboradores e atua nas áreas de saúde e educação.
Por que isso importa para o setor:
- Portfólio de reabilitação mais completo, com suporte técnico ao canal profissional.
- Acesso a tecnologias de órteses de referência global, com treinamento local.
- Cadeia de borracha com prêmio ao produtor, que agrega valor ao produto final.
- Rastreamento por QR Code, atendendo ao consumidor que busca origem e impacto.
A evolução da Mercur nas frentes de reabilitação e borracha nativa aponta para um caminho em que inovação, parceria e propósito sustentam crescimento. Tem experiências com produtos da marca ou atua no Canal Especializado? Compartilhe sua visão e acompanhe nossas próximas matérias para seguir o movimento do setor.
Fontes: comunicado institucional da Mercur de 21 de agosto de 2025 e reportagem da Exame publicada em 6 de agosto de 2025.
